quarta-feira, 30 de junho de 2010

Não sei fazer títulos de posts.


Querido diário,
Estive me perguntando o porque do meu auto-isolamento. É mais ou menos assim, diário: eu passo o tempo todo cercada por pessoas, mas faço questão de ficar sozinha. Eu gosto de ficar sozinha. E ai, parece que quanto mais quero ficar só, mais as pessoas querem estar comigo. E quanto mais elas querem ficar comigo, mais eu quero ficar sozinha entende? não né? nem eu.
Então, eu queria entender o motivo para tudo isso. É porque, pode não parecer diário, mas eu adoro conversar. Dizem que as pessoas que gostam de falar pelos cotovelos, mas não tem ninguém para conversar criam blogs ou escrevem em diários.
Mas acho que isso não é verdade.
Também estive pensativa a respeito da minha incapacidade de gostar  de alguém por muito tempo. É assim diário, eu gosto de uma pessoa, e só. Não falo nada, porque geralmente escolho as pessoas mais impossíveis, tipo, jogadores que falam um idioma muito diferente do que o meu, que moram em outro continente, sejam mais velhos, ricos e talvez casados (qualquer semelhança com o Ballack é inevitável). Assim, eu sei que nunca vou sofrer mais do que eu já sofro por gostar de alguém que nunca vai saber. Dizem também que para gostar de outras pessoas, devemos primeiro gostar de nós mesmos. Mas as pessoas dizem muitas coisas.
Percebe, diário? Nasci para viver sozinha. 
Então, resolvi adotar um gato. Ele é o meu mais novo companheiro, que embora meu pai diga que não pode me acompanhar na velhice já que gatos não vivem por muito tempo (ainda mais aos meus cuidados), eu acho que ele vai viver o suficiente até eu arrumar um namorado. Caso contrário, o que é mais provável, já é possível me imaginar velha com o Louie para me animar tentando agarrar os fios do meus cabelos como se fosse um rato. Até porque gatos são muito parecidos comigo: eles dormem o dia todo.
Sinto me mais completa agora.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Darwin e a seleção metroniana natural


Fiquei um tempo olhando pasmada para aquela cena que acontecia bem na minha frente. Era real. Eu não estava vendo pelos jornais ou lendo uma reportagem sobre o assunto, eu estava ali, presente na história, não me sentia um expectadora da vida, pela primeira vez em tempos me senti viva numa situação que para muitos pode ser considerada ruim.
Lembro da primeira vez que andei de metrô. Foi no meu aniversário de 15 anos, eu ia para o cinema com uma amiga e ela sabia andar nas estações e tudo o mais. Foi bem emocionante para mim, porque me sentia aquelas pessoas cool&cult dos filmes americanos. Para voltar, não quis esperar duas horas na parada para pegar o ônibus, preferi voltar de metrô. Eu peguei a linha errada e me perdi dentro da estação. Apesar de tudo (e olha que isso não foi nem uma fração de coisas-desastrosas-que-só-acontecem-no-dia-do-meu-aniversário) foi bem divertido.
Mas dessa vez não foi, ou não era para ser. Com a greve dos rodoviários, todo mundo só tinha uma solução para ir trabalhar: o metrô. O jornal matinal ainda faz questão de avisar "Tudo bem, ainda resta o metrô, que está vazio" (Se os jornalistas tivessem se deslocado de metrô para trabalhar, provavelmente o jornal matinal seria apresentado no jornal da meia-noite). E então, me senti como naqueles documentários da National Geografic onde passam alguns animais, geralmente predadores e presas, numa luta para conseguir alimento na vida selvagem da selva. Darwin explica isso também, já até imagino ele com aquela barba de Papai Noel, falando como se fosse um avô para os seus netinhos "É a seleção natural, queridos...faz parte da evolução".
E realmente deveria, o metrô estava tão lotado, que os mais fortes (que conseguiam empurrar e entrar nele por meio da força) ou os mais delgados (que por serem tão pequenos se enfiam em qualquer cm²) sobreviveriam. Eu por não pertencer a nenhuma das distintas classes (embora esteja malhando arduamente todos os anos bissextos para ficar mais delgada) provavelmente sucumbiria ali (até porque a minha espécie entraria em extinção se dependesse de mim para deixar descendentes no planeta).
E foi por isso que fiquei muito tempo parada, só olhando o caos que estava ao meu redor, pessoas se empurrando e expremendo-se para caber num lugar já ocupado. O que eu poderia fazer diante do exposto? nada, meus caros.
Tive então a genial ideia de pegar o metrô de volta para o terminal, para depois ir para a estação que eu queria. Eu, e mais 15748614 pessoas com a mesma ideia GENIAL entramos nas cabines cheias, que a cada estação ficava cada vez mais cheia até o ponto que já nem conseguia respirar. Dizem que em São Paulo o metrô vive assim.

sábado, 19 de junho de 2010

Não morri!

(se você digitar não morri no google é certeza de que aparece meu nome!)
Mas fiquei sem Anete!

Brincadeiras a parte, descobri que tudo no mundo tem salvação e eu aprendi "seno, cosseno e tangente" e sei aplicar num triângulo! Mais um ano no cursinho e eu posso dizer que aprendi o que é trigonometria. Não é incrível?
Depois que eu voltei de viagem, tive que pegar firme nos estudos, porque por mais que eu estude, parece que a matéria nunca acaba e sempre falta alguma coisa para aprender. E no fim, a única coisa que vem na minha cabeça é aquela frase "Só sei que nada sei" que Platão disse que Sócrates disse e que para mim não diz coisa nenhuma. Anyway, como eu estava dizendo, no fim fiquei sem tempo para tudo e nem pude contar que no dia dos namorados ganhei um quebra-cabeça de 2 mil peças (antes que perguntem: não, eu não tô namorando) e quase tive um síncope quando juntei duas peças iguais. 
Falando em síncopes, tenho um ataque toda vez que passo em frente a uma feira aqui perto de casa e vejo a blusa da Alemanha com o número 13 escrito "Ballack" (ainda bem que a indústria de camisetas piratas ainda não percebeu que ele não foi escalado nessa copa), meus olhos brilham, minhas mãos suam e eu fico numa vontade louca de me jogar para fora do ônibus, pegar a camiseta e sair correndo. Já perdi a conta de quantas vezes me imaginei vestindo ela. Na única vez que vi a camiseta para vender e eu podia tocar foi numa algazarra na rodoviária e eu nem pude perguntar o preço. E talvez nem fosse adiantar, como é que eu ia explicar pro meu pai que queria comprar a camiseta da Alemanha, sendo que na semana passada ele me comprou uma camiseta do Brasil ( que até agora eu nem vi a cor - mas deve ser verde e amarela)?
Então, depois de tudo isso, o meu celular morreu. Da maneira mais triste possível: ele caiu na privada. Na verdade ele praticamente se jogou (uma espécie de suicídio mesmo) e como eu nunca tinha passado pela experiência eu não soube o que fazer. Afogado. Agora, sinto falta das músicas que ele tocava, dos livros que eu lia nele, dos vários jogos que tinham (meu sobrinho, meu irmão e todas as crianças do mundo vão ter um infarto quando descobrirem).
É isso, tinha mais coisa, mas eu esqueci.
Talvez o resto da história esteja no livro "O que a Thamy estava fazendo quando ela supostamente desapareceu" - já nas melhores livrarias (comprem, porque a verba arrecadada vai ser revertida em prol de uma camiseta da Alemanha número 13 e um celular novo).

domingo, 6 de junho de 2010

A gente viajou...

tá, eu viajei. mas sempre quis "falar" isso.


Sunset de Côcos- BA




Enfim, toda viagem é aquela expectativa (mesmo que a sua viagem seja só de cinco dias, sendo dois na estrada), você arruma as coisas mentalmente na hora que fica sabendo que vai viajar, faz uma lista com tudo para não esquecer de nada (eu sempre esqueço) e depois de fazer quase duas malas com tudo o que é de extrema necessidade e que eu não poderia viver nem um dia SEM (infelizmente não deu para embalar o computador com a internet mega rápida daqui de casa), vem a noite acordada. Eu mal conseguia dormir pensando no que eu ia fazer lá quando chegasse, como é que estariam as coisas (é porque eu viajei para o interior da Bahia, onde os meus parentes vivem e eu não ia lá desde os 12 anos) e tudo mais.
Então chegou a hora do pé na estrada. 8 horas e meia aguentando a minha irmã cantando as músicas do Luan Santana e escutando Robério e seus teclados (minha irmã tem 7 anos e nenhum bom gosto, ela odeia as minhas músicas) ou querendo brincar de andoleta ou sei-lá-o-quê e o meu outro irmão de 12 querendo disputar joguinhos comigo no celular ou quando não, querendo o meu celular para jogar os meus joguinhos (e olha que o celular dele é o mesmo modelo que o meu). Junta tudo isso com todas as músicas de sertanejo-caipira-antigas e modas de viola que meu pai ouvia. Enfim, só diversão!

Bela visão matutina que tive no primeiro dia da viagem- inspirador!

A parte mais legal da viagem foi subir o rio Itaguari acima de barco! Sentir o vento no cabelo enquanto olhava as águas transparentes do rio (parece poético falando assim agora, mas na verdade estava olhando pro fundo da água para ver se eu encontrava alguma coisa no formato de um corpo ou coisa assim - que é? sou muito neurótica-). Fora isso, fiz só o básico de quando se viaja para fazendas, acordei cedo com o barulho de galos e o mugido das vacas, fiz doação de sangue forçada para as muriçocas (aliás, a minha nova descrição de cor de pele pode ser branca com bolinhas vermelhas), tomei banho no rio e passeei pela feira da cidade de Côcos.
Não preciso dizer o quanto essa viagem fez bem para mim. Acho que depois depois de meses com essa visão:

meu cubículo no cemitério

qualquer coisa diferente disso tá de bom tamanho para mim. Tá, eu adoro mato-vacas-muriçocas-galos e tudo mais natureba possível. Menos cobras...e aranhas e lacraias, eu já contei da vez que eu fui e...e eu nem estou citando os meus traumas sobre as picadas de mosquito e as possíveis chances de se adquirir alguma doença se  algum desses mosquitos for o hospedeiro intermediário de alguma moléstia. Estou procurando não pensar muito nisso.

Ps: Ai que raiva das pilhas da câmera que não estavam carregadas e eu só pude tirar essas duas fotos! nenhumazinha de mim, nem dos meus tios. Só por que eu queria fazer um guia ilustrado da minha viagem! #VDM


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...