terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre pessoas efusivas ou críticas


Sou uma pessoa efusiva. Claramente não posso evitar que sorrio para as pessoas na rua, faço caretas para criancinhas e todo mundo é meu amigo até que me provem o contrário.
Eu gosto das pessoas. Mesmo aquelas que usam crocs. E leggings indiscriminadamente. Porque, por mais diferentes de mim que sejam, são pessoas com sentimentos e emoções. Pessoas que amam, que choram, que ficam ansiosas para começar o primeiro dia de trabalho, da escola, pessoas que adoram feriados e gostam de ouvir músicas, nos mais variados estilos, pessoas que ficam com as bochechas coradas quando sentem vergonha e que odeiam acordar cedo. Pessoas como eu e como você, que sentem inveja (alguns de forma muito mais descontrolada do que outros, devo admitir) e que sentem a frustração de querer algo e não ter.
Mas ó esses seres humanos [suspiro longo como quem reflete uma vida looonga de realizações] eles nos dão dor de cabeça. Nos fazem sentir raiva e fazem de tudo para nos irritar. Falam coisas da qual muitas vezes nem pensaram no assunto (e quando indagadas sobre, não lembram nem mesmo que um dia chegaram falar tais 'absurdos'). E então, surge a minha tristeza em ser efusiva.
As pessoas andam tão mal-humoradas ou se sentem tão desvalorizadas, que acham estranho alguém conversar com você na fila de espera do banco ou desconfiam quando alguém sorri para você (eu mesmo sempre confiro se meu cabelo está no lugar ou se tem papel higiênico pendurado na minha saia). Talvez seja culpa do mundo moderno muito crítico (viu? estou criticando o mundo atual) onde você não é capaz de seguir uma tendência, porque existem tantas. Por exemplo, é inevitável encontrar alguém falando mal de algo que você gosta ( desculpa aí se você usa crocs ou legging - Pelo AMOR do bom Deus JAMAIS use os dois juntos!) e ficar ofendido por isso, é inevitável. E todo mundo gosta de tanta coisa, porque pela razão acima já citada, nos somos humanos.
Sou uma pessoa efusiva e não consigo evitar e vou sair na rua sorrindo, para as pessoas também acreditarem que sempre tem alguém lá por elas. Ou pelo menos para elas se sentirem muito mais confiantes nesse mundo moderno cheio de pessoas críticas e criticadas.



terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sobre o dia que dei a sorte de passar no vestibular


"Quando você entra em uma situação tensa, e tudo vem contra você até parecer que você não conseguiria aguentar nem mais um minuto sequer, não desista, pois esta é justamente a situação e momento em que a maré irá virar." 
--Harriet Beecher Stowe 



Todo mundo aqui em casa sabia que eu tinha passado a semana inteira sem dormir, principalmente quando alguém me acordava cedo e eu falava "Não estou conseguindo dormir, PORQUE RAIOS VOCÊ ME ACORDOU CEDO?" embora as respostas eram sempre variantes do tipo "Sério? do jeito que você estava ali na cama não parecia que tinha problemas com o sono".
Eu realmente não conseguia dormir e o dia do resultado parecia não chegar nunca. Então me arrumei para ir para a casa da Ana logo de manhã (queríamos fazer o dia passar mais rápido), o plano era almoçar e ficar fazendo hora no Parque da Cidade até chegar 5 horas.
Mas as horas voaram e quando pegamos o metrô já eram 15h. Então, apesar do meu medo imenso de ir para UnB, eu estava com muita preguiça de fazer uma escala no parque da cidade, decidimos ir direto para a Unb.
Deus sabe o quanto eu estava morrendo de medo porque não conseguia para de dizer "What am I doing here?". Estava cansada, me sentia deslocada e não queria que as pessoas descobrissem que eu tinha ido lá olhar o resultado, porque se eu não passasse todo mundo ia me ver desmanchar em lágrimas.
A Ana se aproveitou de todo o suporte que eu estava dando para ela e, inevitavelmente saia me arrastando por lá para a gente chegar perto do mural. Em todos os lugares eu conseguia ver muitos estudantes com sacolas de ovos, farinha, tinta e bebida alcoólica  e isso me fazia pensar que se eu não passasse também com certeza iria fingir que passei só para não ter que ouvir o povo falando que eu podia tentar uma próxima vez e falando "Não fica assim não Thamy!"
Quando eu vi a concentração de alunos, faltando 5 minutos para às 5h, gelei. Às 5 horas eu conseguia ouvir os gritos dos novos calouros e uma chuva de ovos para tudo quanto é lado. Nessa hora comecei a chorar de medo e só olhava para o chão para ninguém ver algumas lágrimas do meu rosto e quando enfim chegamos ao mural, a Ana tremia muito e então ela gritou levemente "Passei Thamires! Vamos olhar o seu agora". Pausa dramática: Não! então ela sai a procura do meu nome e antes que eu possa chegar perto do mural ela solta um grito mais forte e começa chorar "Você Passou!". E nós duas caímos em lágrimas. O irmão dela chega e a abraça chorando junto. Acho que quem viu pensou que nós não tínhamos passado de tanto que a gente soluçava. Então minha irmã me ligou porque ela pesquisou meu nome no site do Cespe e apareceu (ela achou que estava pesquisando no lugar errado, aquela fofa!).
Disseram-me que meu pai ficou emocionado e nem conseguia acreditar e minha irmã ainda fez questão de mostrar a concorrência enorme (25 por vaga) comparado com as poucas  vagas (13). Minha mãe se diz feliz e ainda explica para as amigas "Ela vai fazer faculdade de graça!" quando conta que eu passei.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...